Encontro de saberes

Encontro de saberes

Encontro de Saberes- Conversando através do
desenho_

Professoras
Mirna Rolim e Eliana Rollo

8ºano
e Jardim I

Coordenação
Cida Leme e Lucy Ramos

Cada
vez mais cedo escutamos crianças e adolescentes dizerem com a voz desanimada:
“Eu não sei desenhar”. Mesmo em um ambiente diferenciado como é a Escola do
Sítio, que valoriza e encoraja a expressão real dos alunos, boa parte dos
adolescentes se fixa em padrões pré-estabelecidos de como devem ser seus
desenhos, e por consequência, se frustram com aquilo que de fato podem
produzir.

No
intuito de propor outro olhar para o desenho, menos voltado para o resultado e
mais atento para o processo de criação, vivenciamos algumas aulas de artes
conversando a respeito do processo de desenvolvimento pessoal através do desenho.
Desde, quando bebês, pegamos um lápis pela primeira vez e descobrimos o
maravilhoso poder de deixar nosso rastro pelo papel, até o momento em que
descobrimos as diversas maneiras de organizar esses rastros/traços para que
formem figuras dotadas de expressão e significado.

A
partir destas conversas, em uma parceria com a professora Eliana, do Jardim I, propusemos
um encontro do 8º ano com sua turma, no qual o desenho foi a principal forma de
comunicação entre os alunos.

A
ideia era que os adolescentes pudessem compreender a relação processual com o
desenho ao observar os alunos do Jardim I, e que estes, por sua vez, sentissem
seus desenhos valorizados por aquela inusitada visita.

As
coordenadoras Cida e Lucy nos orientaram para que tivéssemos o devido cuidado
neste encontro para que as crianças do Jardim I não se sentissem intimidadas
com a presença dos “grandes” do 8º ano. Desta orientação, estabelecemos as
seguintes premissas: começaríamos o encontro afirmando o desejo dos alunos do
8º ano de aprenderem com os alunos do Jardim I e posteriormente iniciaríamos um
jogo onde os desenhos seriam construídos, traço por traço, em duplas de mais
velhos com mais novos.

Ficamos
surpresos com o entrosamento e a desenvoltura da maioria dos alunos. Os desenhos
foram regados com muitas conversas que
inventavam histórias sobre o que estava sendo desenhado, ou que simplesmente
“quebravam o gelo” para que ambos pudessem se sentir à vontade.

No
final da experiência fizemos uma roda onde os alunos do 8º ano puderam contar a
seus “pequenos professores” o que haviam aprendido: “Aprendi a desenhar
borboletas”. “Aprendi a desenhar um furacão”. “Aprendi a desenhar o escuro”.

Voltaram
animados para a sala de aula, contando histórias e trocando experiências.
Depois dessa vivência, fiquei com a impressão de que o maior aprendizado foi a
lembrança de que é possível brincar enquanto se desenha. Com toda a leveza e a
concentração que o brincar implica.

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