Visita ao PETAR – 2103

Visita ao PETAR - 2103

Relato de uma viagem – Estudo do Meio ao PETAR

Cida
Lima Leme

Ludmila Santos

Marina Reiter

Caverno do Couto – outra saída

“Como pudemos esquecer tamanha belezura! Sua saída abre horizontes e
fecha desalentos. Traz luz e verde e verde e verde… como numa dízima imagética.
Apresenta-se instantaneamente aos olhos os anos de sua formação e suntuosamente
compartilha a serenidade .”

Olhares de preocupação e de entusiasmo se misturavam na chegada madrigal
no Sítio. De um lado pais e filhos se despediam na porta da escola, e nós
professores juntamente com Scala (espeleólogo, nosso guia), assumíamos os filhos
daqueles que ficavam. Das janelas do ônibus a distância se tornava maior e a
saudade ainda pequena pontuava nos olhos o início da espera da volta… para os
pais. Os filhos, os alunos, nossa responsabilidade de agora em diante, eram só
perguntas. Começava o eterno, “quanto tempo demora para chegar”, “qual a
primeira parada”, “e agora, vamos onde?”
“podemos comer?”, “podemos
comer novamente?”, “vai
chegar?”, “vamos sair”. E de
nossa parte a resposta era sempre a mesma – chegaremos na sexta, dia marcado
para a volta, o resto é recheio! É sobre
este recheio que viemos falar…

Centro Tuzino de Reflorestamento

“Eu gostaria que o agricultor plantasse o açaí e sobrevivesse dele.”

“Os promotores de justiça estão
equivocados: o caboclo que pega o palmito da mata não é criminoso. Ele faz isso
para sobreviver.”

“Você já comeu jabuticaba?
Alguém plantou para você comer
! Portanto nós também deveriamos
plantar para alguém poder comer no futuro…”

Seu Tuzino faz sustentabilidade e igualdade de uma maneira tão segura que
a impressão que dá é que esse pensamento norteou uma vida inteira. Se não fosse
dessa maneira a vida e suas conexões não se dariam. Seus dizerem fluem e nos
remetem a uma cadeia não só produtiva que gera trabalho, renda e
desenvolvimento, mas que faz circular conhecimentos.

Das explicações sobre polinização
e possível hibridação do açaí, passávamos para a ”hibridação”, como ele mesmo
falava, da sua família. Ele é Japão e Brasil. E o mais surpreendente é o não
uso dos pronomes possessivos… “eu sou Japão e Brasil!”. Essa binacionalidade
nos fazia perceber um amor migrante que se apresentava incondicional, no
movimento de distribuir as técnicas familiares para os irmãos do Vale do
Ribeira.

“Lá nós ouvimos várias histórias legais, mas
eu não gostei de uma: a do roubo dos palmitos do centro de reflorestamento.”

Cavernas

A viagem seguia seu caminho e
fomos à Caverna do Diabo no município de Eldorado. O paredão de entrada dessa
caverna é suntuoso e suas escadarias iluminavam-se ao passo da aproximação do
nosso grupo. Novidades se faziam nas estalactites e estalagmites, que conduziam
o passado das suas formações nas explicações dos monitores e nossas. Subíamos e
descíamos com a iluminação a perseguir nossos passos. Quando nos afastávamos a
luz se dissipava restaurando os cantos e encantos de um lugar intrigante, e
suas histórias regionalizadas.

“A caverna do Diabo é linda e maravilhosa,
incrível e deslumbrante.”

“Estalagmites e estalactites são
feitas de calcário (que fica na água, que pinga continuamente durante os anos,
até formar um canudinho).”

E após tanto tempo entre o ônibus e as atividades do dia, finalmente o
entusiasmo da chegada na pousada, divisão dos quartos, banhos, conversas e mais
conversas, jantar, conversas novamente e finalmente o horário de deixarmos as
marcas do dia em nosso “Diário de Bordo”, registro de viagem.

Entretanto, no dia seguinte novas
aventuras nos aguardavam…

“Caverna do Morro Preto – a mais
tenebrosa de todas, por causa da subida!”

“Santana – o monitor tocou um som muito legal
com as estalactites. Pediu para fechar os olhos e escutar a música.”

“Fizemos vários blackouts. Foi uma caverna bem
legal, por ser mais difícil de andar por ela.”

Pausa para o lanche ou para um banho no
rio?

“Por último nós entramos em um rio
chamado Betari; a água estava muito gelada, mesmo assim eu entrei.”

Mata Atlântica

Árvores, árvores e mais
árvores. Vegetais variados, muitos!

Tons
de verde se mesclam e se misturam na Mata que se mostra brilhante, vistosa e
viva, muito viva depois da chuva. Árvores altas tomadas por bromélias,
samambaias, musgos e liquens. Samambaiaçus e Palmeiras por todos os lados na
trama tecida harmoniosamente entre tamanha biodiversidade.

Nos
formatos das folhas desenhos variados. Incríveis! Como a natureza pode ser tão
caprichosa…

Reflexos
desvendam detalhes estampados nas poças esparramadas pelo solo.

Texturas,
cores, formatos, tamanhos revelam características de cada uma das plantas que
compõem tão importante ecossistema.

A volta é bem mais silenciosa, não só pelo cansaço, mas também pela
saudade que já pede abraços e aconchegos que só em casa temos. Não escutávamos
mais “quanto tempo falta”, ouvíamos canções e cantorias que nos transportavam
para perto dos eventos cotidianos, nos aproximando mais dos sentimentos e
sentidos da vida rotineira… A VOLTA!

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