Mandalas Comestíveis

Mandalas Comestíveis

MANDALAS
COMESTÍVEIS -Sobre Gratidão e Impermanência-

A Vida Mantendo a
Própria Vida

Este
semestre, começamos as aulas de Artes no 9º ano já com a consciência de que
iniciávamos um caminho de despedidas. Cada vez mais concreta, a reta final
dessa turma na escola se aproxima.

Vivemos
em uma sociedade onde as partidas são delicadas, já que nem sempre conseguimos
encarar as pequenas mortes cotidianas que nos permitem renascer transformados e
amadurecidos.

O
carinho pela escola é unânime entre todos da turma e talvez, para viver esse
caminho de despedidas com inteireza, um ingrediente muito importante seja a
gratidão. E como os sentimentos só são plenos quando exprimidos, nos pusemos a
estudar maneiras de expressar a gratidão.

Nos
deparamos com as mandalas de areia, feitas pelos monges budistas tibetanos.
Dias e dias de trabalho primoroso, às vezes até meses debruçados sobre aqueles
enormes desenhos de areia que expressam as estruturas e energias do nosso
universo, para finalmente, quando ficam prontas e deslumbrantes, desmanchá-las
com pinceladas fluidas e rápidas. Todo esse trabalho para expressar a
impermanência de tudo que existe.

Mas
o que a impermanência tem a ver com a gratidão? A resposta veio dos próprios
alunos:

“GRATIDÃO PELA FALTA DE
INFINIDADE”

Pois imaginem se tudo fosse
infinito. Se a vida não tivesse fim, se as coisas que você mais gosta viessem
em excesso, se você nunca pudesse apreciar as coisas pelo fato de não durarem
para sempre. É sobre isso: apreciar e ter gratidão pelo fato das coisas passarem,
o tempo passa e as coisas vão e voltam. Louco, né?”
Ana Mae, Sofia e
Beatriz

Então
decidimos oferecer para a escola um símbolo dessa gratidão inspirados nos
monges tibetanos. Mas não era areia que queríamos oferecer. Pensamos: que
símbolo de impermanência (e do constante trabalho da vida se manter a si mesma)
mais presente em nosso cotidiano, do que o ato de nos alimentarmos? O ciclo da
vida presente em nossos corpos todos os dias. A beleza do que vem da terra
transformado em energia para que possamos viver, um dia após o outro.

Daí
nasceu o projeto das mandalas comestíveis!

Foram
seis mandalas criadas e compartilhadas com outras turmas da escola para
agradecer e honrar a despedida com a beleza da impermanência.

Viva
os ciclos da vida! Viva mais uma turma que se formará na Escola do Sítio!

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